SAUDADE
Era Outono. Não sei onde era Outono. Passavas por mim, não sei se sem me ver se simplesmente sem me olhar e desaparecias na dobra do caminho. Vejo-me a falar de ti com quem passa por mim e me dá um pouco mais que esse silêncio crescente dos teus passos a afastarem-se. Sigo. A cada esquina vencida vejo-te. Estás linda (és linda) mas trajas um olhar triste que te ensombra o rosto. Não sei nada de ti a não ser a tua falta. Acordo com os olhos fixos no teto branco. Suo. O sol que rasga o vidro da janela, torra o ar do quarto. Para lá da janela é Verão. Outono é o lugar onde me perdi de ti. Tenho pressa que anoiteça.
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4 comentários:
Tantos Outonos que já sobrevivemos! :)
O tempo repete-se na memória. Em forma de Outonos ou outras estações.
Lindo o texto. Lindo mesmo!
Olá amiguinhas...
Obrigado Marta.
O segredo Isabel é usarmos a memória para emendar o futuro e não para remendar o presente.
Ainda bem Cristina que a vida nos presenteia como memórias doces como a Primavera ou quentes como o Verão além de outras mais sombrias.
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