Torno para contar
Estive ausente
Aparentemente
Precisava de pensar
Pensei tanto
Tão devagar
E no entanto
Precisava de falar
Escureci os sentidos
Apaguei a identidade
Em busca da verdade
E de sonhos perdidos
E vi tudo com a clareza
De um álbum de fotografias
A alegria e a tristeza
Perdidas na pressa dos dias
Cuidadosamente
Sem luz, som, cor ou companhia
Eu e mim em sintonia
Simplesmente
Como é surpreendente
Este Eu revisitado
Este Eu permanente
Este Eu despojado
Revisitei-me pormenorizadamente
Tempo, espaço e circunstância
Sem imaginar a distância
Entre o Eu gente e o mim realmente
Conversámos longamente
O Ser etéreo e o Ser consciente
Numa viagem incontinente
Reinventando tudo diversamente
Ou não, não foi reinvenção
É a verdade que é diferente
Quando alternadamente
Nos brota da cabeça ou do coração
Ser único, inteiro
Em vez de vulto indistinto
Ser o eu verdadeiro
Ser quem sou e o que sinto
Sei agora, apenas quando
as folhas dos dias já caíram
Não foram as coisas que fugiram
Mas eu quem não as fui cuidando
3 comentários:
Mt bom Pedro :)
Devíamos todos reflectir sobre o nosso "eu", de vez em qd. Para ver se não deixávamos de cuidar de certas coisas que têm tendência a fugir.
:*
Obrigado Isabel :-)
Vocês são muito bons!
Bjs
Rita
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