Folhas soltas de um diário inexistente (I I)
Eu e ela, por diferentes razões, fomos sempre seres destituídos de liberdade, sempre fomos escravos acorrentados às grilhetas dos nossos enganos, dos nossos erros, dos nossos equívocos, das nossas verdades. Nunca desenvolvemos as capacidades necessárias à ‘liberdade de aquiescência’ enunciada por Adriano nas suas memórias descritas por Marguerite Yourcenar (... dispondo-me a considerar um exercício útil os meus anos de dependência, a minha sujeição perdia o que tinha de amargo ou mesmo de indigno. Escolhia o que tinha, obrigando-me apenas a tê-lo totalmente e a apreciá-lo o melhor possível. ...) e assim, sem essa capacidade de escolher o que tínhamos, e de lhe atribuir um valor estimável, nunca fomos capazes de nos aceitar um ao outro nem a nós próprios.
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