Duas estrelas

Alugava o quarto da mansarda todas as semanas. A dias diferentes para que não pensassem ser uma rotina. Chegava sempre depois do almoço. Sentava-se na borda da cama a olhar para janela que dava para os telhados da cidade. E ficava ali, de olhos cansados de não chorar. Depois puxava os lençois para trás. Colocava o anel que encontrara no passeio. Que parecia quase uma aliança. Quase. Sentava-se na secretária e escrevia um poema de amor. Que deixava no balcão ao sair, juntamente com a nota de dez.

3 comentários:

MMS disse...

que lindo, Cristina. gosto muito das tuas descrições: têm muita realidade, facilmente nos sentimos a assistir à cena que descreves - não nos sentimos longe

Isabel J. disse...

Concordo com a Marta.
Até só com o titulo já conseguimos imaginar um cenário :)

Mt bom!

CNS disse...

Sorriso. Para ambas.