as mãos que ainda são as minhas

Demoras-te nas minhas mãos. Não as reconheces?
Demoras-te e ficas, como antigamente. É de mim ou até as folhas que caem contam histórias? (a nossa é linda, meu amor)
Vejo-te à lareira, a ler a custo o jornal de ontem que a Eduarda aqui deixou (tu achas que é o de hoje) e lembro-me do dia em que me falaste em casamento. O meu vestido às bolas, o teu riso nos teus olhos, o pedido e o jantar.
Demoras-te nas minhas mãos mas não as reconheces.
Diz que é assim a velhice. Diz que é assim, meu amor.
Pudera eu levantar-me da cadeira e vestia o meu vestido às bolas para te ir comprar o jornal de hoje.

4 comentários:

CNS disse...

Há vestidos que nunca se despem.
Muito bonito, Marta :)
bjs

MMS disse...

Nem mais :)
Obrigada, Cristina :)

Beijo grande

Isabel J. disse...

Mt bom Marta :D

Sintonizámos todas na 3ª idade :)

:*

MMS disse...

:) Obrigada, Isabel :)
A sintonia do Sítio :)
beijo grande

PS- e já se sabe alguma coisa do jantar com a Alice?