Trazia sempre consigo um caderno de capa preta. Sentava-se no banco verde do pátio, o que tinha menos uma tábua e escrevia uma linha sempre que alguém passava. Nos dias de chuva sentava-se no café, numa mesa perto da janela e longe dos olhares dos homens que pediam um bica traçada com aguardente. Um dia, parou de escrever e colou uma fotografia na capa. Uma terra gretada, um quase deserto. Quando lhe perguntei o porquê da foto, levantou-se do banco verde, o que tinha menos uma tábua e disse. Só me faltava uma pagina para acabar o caderno. A página do deserto. Porque é dele que nascem as estorias. Nas paginas onde escrevia ainda só estão guardadas pessoas. Que esperam o parir da minha estória.
5 comentários:
Ohhhhh.... tao fixolas :D
inspiraste-te no "meu deserto" e "no parir" da Martinha :D
Gostei mmtttt
:*
PS - Q venha a próxima foto! ;)
Foram mais duas pessoas que passaram pelo banco verde ;)
Oh Cristina :)
Espectacular esta junção de histórias e de pessoas cheias de desertos por abrir. Cheias de histórias :
Estão, estamos cheios delas, Marta. É só ficarmos um bocadinho nesses bancos verdes. Mesmo os sem tábua ;)
beijinho :)
Adoro esses bancos sem tábua :) Dá-me sempre ideia que estão assim porque foram muito usados pelos anos. E pelas pessoas que os preferiram :)
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